Mulheres tomadoras de decisão: por que e como se tornaram mais independentes na compra de imóveis

Que as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço em diferentes áreas, antes majoritariamente masculinas, não é novidade.

Embora ainda enfrentem um cenário longe do ideal em termos de equidade salarial em relação aos homens, as mulheres já consolidaram seu lugar no mercado de trabalho. 

Com isso, se tornaram um público-alvo importante também para o consumo de bens duráveis. 

Além de serem maioria entre a população brasileira, como mostrou o último levantamento do IBGE, com força de renda o público feminino passou a ter voz ativa no momento da tomada de decisões significativas, como a compra de imóveis.

Neste texto, vamos falar sobre o que elas mais valorizam na busca pelo lar ideal e sobre como a saída das mulheres de uma posição coadjuvante para um lugar destacado nesta jornada de compra pode estar ajudando a qualificar a oferta de serviços. 

O que, claro, é bom para todo mundo. Boa leitura!

Mulheres como tomadoras de decisão na compra de imóveis

Sozinhas ou dentro de um contexto familiar, uma grande parte das mulheres está dando a palavra final na hora de escolher um lugar para viver. 

A pesquisa “A Busca pelo Imóvel: Questão de Gênero?” realizada nas cidades de Porto Alegre, São Paulo e Belo Horizonte, mostrou que, embora o maior poder aquisitivo ainda esteja entre os homens, mais de um terço das mulheres pagaram o imóvel onde vivem com suas próprias economias. 

O número de mulheres que vivem em imóveis comprados com a maior parte dos recursos vindo do seu cônjuge passou a ser uma minoria de 16,5%. 

Entre os entrevistados que alegaram ter o valor do imóvel alcançado de forma igualitária a partir das economias de ambos, 21,1% eram mulheres e 29,2% homens. 

Além disso, o estudo mostrou que o número de mulheres que decidiram sobre a compra de seus imóveis sem nenhuma influência dos cônjuges é quase o dobro em relação aos homens nesta mesma situação. 

Entre os entrevistados que tomaram a decisão de compra sozinhos, 21,4% eram mulheres e 12,4%, homens.  

Os números refletem uma transformação nas tendências de mercado que já é bastante perceptível no dia a dia.

As mulheres estão cada vez mais autônomas no processo de compra dos imóveis.

E mesmo em lares onde o financiamento é feito pelos homens, elas ainda detêm uma grande influência na escolha. 

Entender esse recorte de gênero faz parte das estratégias de venda, e o setor imobiliário passou a olhar com mais atenção para os fatores considerados pelas mulheres na hora da tomada de decisão sobre a compra. 

A reputação das construtoras, por exemplo, se mostrou um ponto muito mais importante para as mulheres do que para os homens.

Preocupadas com detalhes sem deixar de perceber a funcionalidade geral de um imóvel, as mulheres que tomam decisões sobre a compra desses bens vão subindo cada vez mais a régua.

Entre as exigências estão a entrega final de um empreendimento e o suporte oferecido na hora da escolha.

Elas sempre estiveram presentes nas decisões de compra

É verdade que, quando se fala do aspecto financeiro, nem sempre o público feminimo deteve autonomia para estar à frente das compras dentro das famílias. 

Mesmo assim, ver mulheres com a responsabilidade pelo processo de escolha e decisão na hora das compras não tem lá nada de muito novo. 

A gestão da casa e da vida doméstica, durante muito tempo, recaiu exclusivamente sobre a figura feminina. 

A diferença, hoje, pode ser notada naquilo que é considerado pelas mulheres, que muitas vezes vão às compras chefiando financeiramente o domicílio ou em igualdade com os cônjuges. Essa mudança de perspectiva, claro, impacta nas escolhas. 

A mulher já não é vista como alguém que está comprando para o marido e para a família, apenas.

As suas decisões passaram a ser influenciadas também pelos seus desejos e pelo que ela avalia como importante.

Outro fator destacado na hora da escolha feminina é que, justamente, as mulheres hoje têm mais escolhas. Isso mesmo. 

Os horizontes delas estão em constante expansão e papéis pré-estabelecidos já não se encaixam bem nas estratégias de marketing. Elas querem muitas coisas, e podem tê-las. 

Basta ver como as campanhas publicitárias entenderam esse apelo pela liberdade de escolha feminina. 

Profissionais, gestoras, esposas, donas de casa, mães, chefes de família. As mulheres que tomam decisões, hoje, podem ser de tudo um pouco ao mesmo tempo. Ou não. Elas escolhem.

Essa influência das mulheres no fechamento dos negócios chegou também ao setor imobiliário, como vimos antes. 

Vamos agora entender o que vem sendo apontado pelo público feminino como essencial na hora de bater o martelo sobre uma compra tão importante.

Veja também: 5 fatores econômicos que afetam o mercado imobiliário

Quais pontos as mulheres priorizam ao escolher um imóvel?

1. Localização 

A localização é um fator de primeira importância para homens e mulheres, de acordo com o estudo citado anteriormente. 

No entanto, as mulheres valorizam mais os locais onde tenham facilidade para deslocamento a pé e que fiquem mais próximos de áreas verdes. 

Já os homens disseram considerar mais bem localizados os locais com acesso ao transporte público como trem e metrô e com boa vizinhança. 

A proximidade do imóvel com o seu local de trabalho parece ser um aspecto bem considerado por ambos, mas ainda mais priorizado pelas mulheres. 

Ficar perto do próprio trabalho foi um fator citado como relevante para 37,2% das mulheres e 34,8% dos homens na hora de escolher um local para chamar de lar. 

Mulheres costumam pensar em detalhes do dia a dia e da funcionalidade da rotina, muitas vezes da família inteira. Isso significa que a proximidade de pontos comerciais, escolas, hospitais e áreas de lazer está no radar delas durante a busca por um imóvel. 

2. Tamanho exato

As mulheres opinam mais sobre o tamanho do imóvel, de acordo com o estudo. 

Uma maior tendência a visualizar a “vida acontecendo” mesmo diante de um local vazio parece ser uma característica do público feminino que ajuda muito na hora de entender se aquele espaço pode suprir ou não as necessidades delas e da família. 

Elas também costumam se interessar mais pelas possibilidades de decoração e distribuição da mobília. Para isso, é preciso considerar a metragem disponível. 

Esse é um ponto em que, na hora da decisão, os homens também demonstraram mais interesse pela opinião da companheira do que o contrário. E a palavra final costuma ser a delas neste quesito.

3. Estão dispostas a pesquisar mais

As mulheres são mais pacientes e resilientes no processo de busca por um imóvel. Os detalhes podem fazer toda a diferença para elas, e encontrar um lugar que se aproxime ao máximo dos seus sonhos é algo pelo qual elas estão mais dispostas a empreender tempo e gastar sola de sapato.

A pesquisa mostrou que elas iniciam a procura por um imóvel mais inclinadas a visitar muitos locais, inclusive em dias de semana.

4. Amor à primeira vista 

É verdade que elas vão pesquisar até encontrarem o que querem, mas a busca pode se encerrar rapidamente diante de um “amor à primeira vista”. 

Mais de 25% das mulheres entrevistadas afirmou ter visitado o imóvel escolhido apenas uma vez. 

Veja também: Visita para comprar apartamento: 8 pontos que você deve analisar

5. A importância dos detalhes 

Mulheres estão mais atentas aos detalhes, e isso pode ser decisivo na hora da compra de um imóvel. 

Acabamento, qualidade dos materiais, problemas ou soluções para o dia a dia que estão presentes no imóvel podem passar batidos por um olhar masculino, mas serão determinantes para elas.

Por isso, a preocupação em encantá-las está cada vez mais presente. 

6. Reputação 

Elas estão mais preocupadas com a reputação das construtoras e podem fazer disso um critério na hora de pesar os pontos que vão levá-las a tomar uma decisão. 

Da mesma forma, o histórico de entrega em relação aos prazos estabelecidos também conta pontos com elas. 

7. Negociação com imobiliárias

As mulheres valorizam o papel das imobiliárias no processo de negociação. Entre as entrevistadas pelo estudo, 54,9% disseram consultar imobiliárias de confiança e corretores antes de decidir pela compra. 

8. Preço justo

Elas sabem a importância de otimizar o orçamento e buscam por empreendimentos que entreguem o máximo de benefícios dentro de um preço adequado. 

Podem valorizar mais a infraestrutura externa e os diferenciais de um imóvel, mas sempre dentro do referencial de custo-benefício.

Mulheres na decisão final!

Esses são alguns dos muitos pontos que as mulheres estão considerando para investir em um imóvel. Como vimos, a opinião delas ganha cada vez mais força e faz a diferença antes da assinatura do contrato de compra. 

E para você, o que é indispensável para bater o martelo na hora de escolher um lugar para chamar de lar? Conta aqui embaixo nos comentários.

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