Você já deve ter percebido que a nossa economia é uma rede cheia de conexões.
Acontecimentos que parecem distantes da sua realidade – como o aumento do preço do barril de petróleo vendido a dólar ou aumento da taxa SELIC pelo Banco Central – na realidade tem impactos que se alastram pela economia, como uma pedra jogada em um lago.
Diversos segmentos econômicos têm sentido dificuldades no cenário econômico nacional, que atualmente não é dos mais fortes e tenta se restabelecer após um período turbulento causado pela pandemia de Covid-19.
O mercado imobiliário está incluído aqui, e é justamente ele o protagonista deste artigo.
Vamos explicar brevemente para você como a economia afeta o preço dos imóveis.
Prepare-se para entender quais são os 5 principais fatores econômicos que geram efeitos no setor e quais foram as principais alterações registradas após a pandemia em 2020.
Se você está pensando em comprar um imóvel e ficou preocupado com as informações que leu até agora, fica nosso pedido: tenha calma.
Estamos aqui não só para apresentar um “copo meio vazio”.
Aproveite a leitura para descobrir também o que esperar do mercado imobiliário no futuro e porque, mesmo com desafios, ele continua sendo uma excelente opção para investir seu dinheiro.
Boa leitura!
Como a economia afeta o mercado imobiliário?
Antes de começar, é importante entender que a economia é algo bastante complexo e cheio de nuances.
Diversos acontecimentos são capazes de alterar os resultados da economia nacional.
Desde fatores internos – como a carga tributária – até fatores que fogem totalmente ao nosso controle, como a Guerra da Rússia, por exemplo.
Contudo, existem 5 pontos que os especialistas em economia destacam como os principais lemes que alteram o trajeto do mercado imobiliário.
Veja quais são eles a seguir!
1. Inflação
Entender como a inflação mexe com o preço dos imóveis não é tarefa muito complicada.
Pense que a inflação é o aumento generalizado de preços, que é medida por meio de dois índices bastante conhecidos: IPCA e IGP-M.
Tanto o IPCA quanto o IGP-M registram a elevação de preços em produtos básicos e essenciais para os brasileiros, desde o quilo do tomate até o preço do cimento.
Se os índices aumentam, isso significa que os preços estão aumentando, concorda?
Agora, pense da seguinte maneira: se o cimento está mais caro e se gasta mais para abastecer o caminhão que transporta materiais, os imóveis vão subir de preço também.
A construtora deseja ter lucro na venda do imóvel. Portanto, todos esses custos extras serão repassados para o preço final para que ela possa recalcular sua margem de lucro.
Este movimento obrigatoriamente aumenta o valor cobrado do consumidor na hora de fechar negócio.
2. Taxa Selic
A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira.
Seu índice é determinado em reuniões periódicas feitas pelo Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central, o COPOM.
O valor dela serve de base para o cálculo de todas as taxas de juros, desde aquela aplicada na compra de um televisor até a presente em um financiamento imobiliário.
Até aí tudo certo. Um detalhe é que a Selic também é usada como fator de combate à inflação.
Ou seja, quando o IPCA aumenta, o Banco Central eleva a Selic na tentativa de frear o consumo e desacelerar os preços.
Agora vamos voltar ao primeiro tópico para conectar todas as informações: nós estamos vivendo um momento de alta da inflação, lembra?
Isso significa que o Banco Central está aumentando a Selic com frequência, e se a Selic aumenta com frequência e cada vez mais, todas as compras à prazo com aplicação de juros se tornam mais caras.
Na prática, financiar um imóvel se tornou mais custoso devido ao aumento dos juros.
E como esta é a modalidade de compra imobiliária mais acessível para a população, muita gente deixou de fechar negócio ao dar de cara com o Custo Efetivo Total (CET) devido à quantia de juros aplicada ao longo dos anos.
3. Expansão monetária
Expansão monetária acontece quando um Governo entende que é preciso injetar dinheiro na economia para aquecê-la.
Isso pode ser feito de diversas formas, desde programas de transferência de renda até via políticas públicas que facilitam o acesso ao crédito ou liberam valores como o FGTS.
A estratégia surte um efeito interessante: o dinheiro começa a girar e se multiplicar, ampliando a demanda.
O mercado imobiliário não fica imune a este efeito.
Se mais pessoas estão empoderadas devido ao acréscimo de renda, é natural que muitas aproveitem o momento favorável para investir em imóveis.
Neste cenário, surge a manifestação mais pura e simples do mercado consumidor: se cresce a demanda, cresce o preço.
Ao longo dos últimos 2 anos, o Brasil passou por momentos econômicos difíceis por conta da pandemia, mas mesmo assim o interesse dos brasileiros por imóveis seguiu alto.
Parte da explicação para tal efeito está justamente nessas políticas de injeção monetária, que estimulam o consumo.
4. Índice de desemprego
A quantidade de desempregados no país também afeta o preço dos imóveis, mas de uma forma bastante indireta.
Isso só reforça a ideia de que a economia é uma teia totalmente interligada.
Se há muito desemprego, isso significa que a economia não vai bem. Não há aquecimento no mercado de consumo interno devido à falta de renda e, consequentemente, há baixa demanda.
Em cenários de alta de desemprego, ainda há chance de estagnação econômica e crise interna.
Tudo isso acende um alerta para as empresas, que correm para reduzir preços a fim de se tornarem mais atraentes.
5. Falta de estabilidade da moeda
Conforme o real desvaloriza ou valoriza perante o dólar, o preço de muitos produtos e serviços flutua.
Essa lógica não está atrelada somente aos produtos importados, que tem seu valor calculado na moeda americana, mas também impacta a inflação.
A conexão entre o câmbio e a inflação fica bem evidente se olharmos para o custo do transporte.
Pense da seguinte forma:
- Boa parte do petróleo usado no Brasil é importado;
- O preço do barril do petróleo é controlado no mercado internacional e negociado em dólar;
- Se o dólar sobe, o barril do petróleo fica mais caro para os brasileiros;
- Se o petróleo está mais caro, abastecer caminhões e máquinas fica mais caro;
- Se há mais gastos com combustíveis, esse valor será repassado ao preço final da mercadoria;
- Se o preço final sobe, a inflação tende a subir.
Resumindo: se o Brasil passa por um momento de muita desvalorização frente ao dólar, é natural que as coisas subam de preço, tanto pela dependência econômica que temos do transporte que usa petróleo quanto pelo fato de que muitas matérias primas são importadas.
O que mudou com a pandemia em 2020?
A pandemia de Covid-19 trouxe alterações profundas em diversos setores econômicos, inclusive no mercado imobiliário.
Em um primeiro momento, o cenário não foi nada positivo para os vendedores. O primeiro reflexo do isolamento social foi a redução do consumo, seguida por uma elevação significativa dos índices de desemprego.
Diante desse desafio, coube ao mercado reduzir os preços, uma forma de tornar a oferta mais atrativa e elevar a procura.
Ao mesmo tempo, o Governo Federal deu início à uma política de assistência financeira, que incluiu as parcelas do auxílio emergencial e a liberação de saques do FGTS, dando início a um projeto de expansão monetária e aquecimento da economia.
Para o consumidor atento, se desenhou um cenário bem favorável: mais dinheiro na mão e mercado em queda de preços.
Tudo isso ainda foi somado a um fator importantíssimo: a taxa Selic em 2020 era muito menor, ou seja, os juros de financiamentos não pesavam tanto no bolso.
Bom, esses são os fatores econômicos do cenário pandêmico, mas há também os fatores pessoais, que não podem ser dispensados.
As políticas de isolamento social mexeram com a percepção dos brasileiros sobre suas casas.
Muitos perceberam que estava na hora de buscar algo mais confortável, afinal, as casas viraram local de trabalho, escola, restaurante e até playground.
Para certas famílias, o lockdown foi um convite para buscar uma residência mais confortável, capaz de contribuir para o bem-estar, que já estava bastante afetado com a crise sanitária.
O mercado imobiliário sentiu esse efeito positivamente, tanto que fechou 2020 com elevação de 9,8% nas vendas.
A resiliência dos imóveis no longo prazo
Até agora apontamos para você os efeitos que o mercado imobiliário encarou devido às políticas econômicas.
Chegou a hora da boa notícia: os imóveis são investimentos resilientes e que, mesmo diante de adversidades, tendem a se valorizar.
Comparamos a valorização dos investimentos considerados seguros com a média dos imóveis de Capão da Canoa, de acordo com os dados do Estudo de Valorização de Imóveis.
Veja abaixo o acúmulo de rentabilidade ao longo da década e o resultado abaixo:
Valorização entre 2009 e 2019 | Porcentagem de valorização |
Taxa Selic | 180% |
Índice IBOVESPA | 128% |
Poupança | 108% |
IPCA | 83% |
Imóvel 1 dormitório (média) | 138% |
Imóvel 2 dormitórios (média) | 163% |
Imóvel 3 dormitórios (média) | 204% |
Perceba que os imóveis valorizaram mais do que os outros investimentos, como a poupança e muito mais do que a inflação ao longo do período.
Isso significa que, mesmo diante de adversidades econômicas e políticas, o mercado imobiliário é capaz de oferecer valorização e estabilidade em um patamar bem elevado.
Dados como esses explicam porque muitos especialistas recomendam o investimento imobiliário como forma de ampliar e proteger o seu patrimônio.
Durante o efeito da pandemia (que trouxe muitas dificuldades econômicas) a média de valorização dos imóveis brasileiros foi de 33,5%. Mesmo que o mercado tenha alguns momentos mais desafiadores ou com quedas de rendimento, investir em imóveis oferece resultados de longo prazo que são muito interessantes.
O que esperar do mercado imobiliário no futuro?
Se você está de olho no mercado imobiliário, vale a pena se animar: existem expectativas de redução de preços e juros para os próximos anos.
Algumas coisas explicam essa projeção.
O primeiro fator tem relação com os juros. Após meses de aumento consecutivo, o Banco Central não elevou a taxa Selic em setembro de 2022, o que demonstra que, possivelmente, chegamos a um platô na taxa de juros.
A tendência é de manutenção e queda da taxa.
Afinal, os economistas sabem que uma alta taxa de juros é interessante para o mercado especulativo e investidores, mas é ruim para o consumidor que realmente aquece a economia e contribui para o crescimento real do Brasil.
O outro ponto é relacionado à inflação.
Nosso país passou por uma elevação gritante de preço nos últimos tempos, porém, já existem planos em ação para gerar a tão sonhada deflação.
Ainda é cedo para garantir que essas políticas econômicas terão sucesso.
Porém, nos últimos 3 meses foi possível registrar uma queda no IPCA (mas que foi seguida de um leve acréscimo).
Também é válido lembrar que ainda estamos vivendo uma recuperação econômica pós-pandemia, que é muito sentida nas taxas de desemprego (que estão sofrendo quedas).
Com menos pessoas desempregadas, a economia tende a girar melhor, o que pode ser positivo tanto para elevar o potencial de consumo das famílias brasileiras quanto estimular o mercado imobiliário a aumentar as ofertas disponíveis.
Porém, sempre é bom lembrar que todo esse otimismo é feito com base em projeções, que podem não se concretizar ou ir no caminho contrário e serem ainda mais positivas.
Invista com segurança
Como você pôde acompanhar, o mercado imobiliário tem seus preços afetados pela economia de diversas formas.
Além disso, existem muitos fatores que mexem com os preços e têm o poder de facilitar ou dificultar a vida de quem quer comprar uma casa ou apartamento.
O melhor jeito de fugir das enrascadas e encontrar boas ofertas é consultando especialistas que se empenham em fechar bons negócios para você.
Se você está em busca desse tipo de consultoria, não deixe de falar com o time de corretores da Novo Lar.
Nossa equipe está pronta para lhe apresentar as melhores opções imobiliárias de Capão da Canoa e Região.
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