Você já deve ter ouvido falar sobre desapropriação de imóvel, mas talvez não saiba exatamente o que isso significa ou como funciona esse processo, né?
Desapropriação é um daqueles assuntos que podem deixar muita gente confusa, principalmente porque envolve questões legais e o famoso direito à propriedade.
Mas não se preocupe! Neste artigo, vamos esclarecer tudo de forma simples e direta.
Explicamos o que é desapropriação, como ela acontece, quais são os seus direitos como proprietário e o que você deve fazer se passar por essa situação.
Continue a leitura e se informe mais sobre o assunto!
O que é desapropriação de imóvel?
Basicamente, desapropriação é quando o governo, por algum motivo de interesse público, decide que precisa do seu imóvel e, por isso, toma posse dele.
Isso pode acontecer por diversas razões: construir uma estrada, uma escola, um hospital ou até mesmo para projetos de preservação ambiental.
A grande questão aqui é que, mesmo com a área tendo um dono, o interesse coletivo pode falar mais alto.
Mas calma, o governo não pode simplesmente chegar e tomar seu imóvel de qualquer jeito!
Tudo isso é regulamentado por leis, como o Decreto-Lei nº 3.365/41, que estabelece como a desapropriação deve acontecer.
Além disso, a Constituição Federal (no artigo 182, §4º) também garante que, quando o governo precisar desapropriar um bem, é preciso um motivo muito bem justificado.
Há quatro tipos principais de desapropriação, vamos falar sobre elas logo abaixo:
1. Desapropriação Direta
Ocorre quando o governo, por necessidade ou utilidade pública, decide desapropriar um imóvel.
Essa é a forma clássica e mais comum de desapropriação, e nela o proprietário tem direito a uma compensação financeira.
2. Desapropriação Indireta
Acontece quando o Estado utiliza o imóvel para fins públicos sem passar pelo processo legal formal de desapropriação.
Neste caso, o proprietário pode recorrer judicialmente para pedir indenização, alegando que seu bem foi tomado sem o devido processo legal.
3. Desapropriação Confiscatória
Utilizada em situações específicas, como no caso de propriedades que abrigam cultivo de plantas ilegais ou bens que estejam sendo utilizados para atividades ilícitas.
Nesse caso, o Estado confisca o imóvel sem a necessidade de indenizar o proprietário, uma vez que ele foi utilizado de forma ilegal.
4. Desapropriação Sancionatória
Aplicada quando o proprietário descumpre determinadas obrigações legais sobre o uso da propriedade, como no caso de imóveis urbanos que não cumprem sua função social
Isto está previsto no artigo 182 da Constituição.
A que mais acontece no dia a dia é a desapropriação direta, e é sobre ela que vamos falar com mais detalhes.
Essa é a modalidade mais frequentemente utilizada pelo Estado, seja por utilidade pública, necessidade pública ou interesse social.
Como funciona a desapropriação de imóvel direta?
Na desapropriação direta, o governo identifica que precisa do seu imóvel para uma finalidade pública – pode ser uma nova estrada, um parque, uma escola, hospital, o que for.
Em seguida, ele inicia o processo de desapropriação, que começa com a emissão de um decreto declarando a utilidade pública ou o interesse social daquela área.
O próximo passo é você, como proprietário, ser notificado.
Sim, eles precisam te avisar e é bom ficar atento a isso!
Você vai receber uma carta formal explicando que seu imóvel está na lista de desapropriações e, junto com isso, vem a oferta de indenização.
Isso quer dizer que o governo vai te pagar pelo seu imóvel.
A lei determina que essa indenização seja justa, prévia e em dinheiro, ou seja, eles precisam pagar o valor de mercado e antes de tomarem posse da sua propriedade.
Só que, às vezes, o valor que o governo oferece pode não ser o que você esperava.
Como proceder nestes casos?
Se você achar que a oferta está baixa demais, você tem o direito de contestar esse valor na Justiça.
Caso isso ocorra, o caso vai para um juiz, que decide qual é o valor justo a ser pago, baseado em laudos técnicos e avaliações de mercado.
Agora, uma coisa importante: o juiz não pode reverter a decisão de desapropriação, ele só pode ajustar o valor da indenização.
Isso quer dizer que, se a utilidade pública for comprovada, seu imóvel será desapropriado de qualquer forma, mas você pode lutar para receber o valor correto por ele.
Direitos do proprietário em caso de desapropriação
Se o seu imóvel for desapropriado, você tem uma série de direitos garantidos pela legislação.
O primeiro deles é o direito à indenização justa, ou seja, o governo tem que te pagar o valor correto do imóvel.
Isso inclui o terreno, a construção e até eventuais prejuízos que você tenha, como perda de negócios ou custos de mudança, por exemplo.
Como já falamos aqui, você também tem o direito de ser notificado formalmente, com todos os detalhes do processo, e de ter acesso à avaliação do imóvel feita pelo governo.
Se não concordar com o valor, pode contestar na Justiça, como também já foi mencionado.
É importante lembrar que se o processo estiver dentro da legalidade, a desapropriação em si não será cancelada, o foco da briga judicial será apenas o valor da indenização.
Algumas vezes, a desapropriação pode causar algum tipo de dano além do financeiro, como um impacto emocional ou perda de renda.
Nestes casos, você também pode pleitear uma compensação por danos morais ou materiais.
Como proceder em caso de desapropriação de imóvel direta?
Ao enfrentar uma situação de desapropriação, é essencial que o proprietário esteja bem assessorado por um advogado especializado em direito imobiliário.
A presença de um advogado é crucial para garantir que todos os direitos do proprietário sejam respeitados e que o processo seja conduzido de maneira justa.
Um advogado pode ajudar a contestar o valor da indenização e garantir que o pagamento seja feito de acordo com a lei.
Se necessário também, o advogado pode ingressar com uma ação judicial para proteger os direitos do proprietário.
Além disso, é importante que o proprietário se mantenha informado sobre o processo.
Isso inclui entender as etapas da desapropriação, conhecer os seus direitos e estar ciente de todas as notificações e documentos que o governo enviar.
A comunicação com o governo deve ser sempre clara e documentada, para evitar qualquer tipo de mal-entendido ou erro durante o processo.
Se a desapropriação não estiver de acordo com os requisitos legais, por exemplo, se não houver justificativa de utilidade pública, o proprietário pode recorrer da decisão.
Nesse caso, a contratação de um bom advogado também é essencial para garantir que o processo seja analisado de forma justa e que o proprietário receba a compensação devida.
E se a desapropriação não atender à utilidade pública?
É importante dizer aqui que nem todas as desapropriações são legítimas e alguns detalhes ficam perdidos entre entrelinhas, e o objetivo não fica muito claro.
Se você suspeitar que o governo está usando seu imóvel para uma finalidade que não atende ao interesse público, você pode e deve contestar.
Isso pode acontecer, por exemplo, se o imóvel estiver sendo usado para interesses privados ou se a justificativa do governo for vaga demais.
Nesses casos, além da indenização pelo valor do imóvel, você também tem direito à reparação por danos materiais e morais e custos de mudança.
Além de outros transtornos que possam ter sido causados neste processo.
Desapropriação feita e direitos garantidos
A desapropriação pode parecer um processo assustador.
Mas, com a orientação certa, você pode garantir que seus direitos sejam respeitados e a mudança acabe virando uma oportunidade.
Lembre-se de que o governo só pode desapropriar seu imóvel em nome do interesse público e que você tem direito a uma indenização justa, paga antes da posse.
Já passou por alguma situação de desapropriação?
Deixe seu relato nos comentários abaixo. Sua experiência com o assunto pode ajudar outras pessoas.
E para continuar recebendo artigos sobre o mercado imobiliário, compra e venda de imóveis e muito mais, assine a Newsletter da Novo Lar!